Além do Cais da Imperatriz, de 1843, arqueólogos do Museu Nacional encontraram, em escavações realizadas na Avenida Barão de Tefé, na zona portuária do Rio, trecho do sistema de drenagem executado na década de 1870 pelo engenheiro inglês Edward Gotto. Agora, o objetivo é verificar se outra estrutura localizada nas obras de reforma da região pertence ao Cais do Valongo, onde chegavam os escravos.
"Nós sabíamos pela documentação histórica que o Cais da Imperatriz estava aqui e queremos encontrar o Valongo por baixo dele. Ainda é hipotético, estamos estudando, mas há um trecho junto ao Hospital dos Servidores, em um nível mais baixo, que estamos supondo se tratar do Valongo", disse hoje a arqueóloga Tania Andrade Lima, que coordena a pesquisa. "Acredito que sim, mas o trabalho ainda está em andamento. É uma hipótese", acrescentou.
Segundo o historiador Manolo Florentino, pelo menos 2,5 milhões de escravos desembarcaram ali. Tania explicou que o projeto do Museu Nacional, desenvolvido há oito meses, foi submetido e aprovado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). "Não é um achado fortuito", disse.
As escavações começaram há menos de um mês, junto com as obras de instalação de novas galerias pluviais, no projeto Porto Maravilha. As áreas abertas serão ampliadas. "A legislação obriga o acompanhamento arqueológico". O subsecretário de Patrimônio no Rio, Washington Fajardo, disse que as diretrizes para a "salvaguarda do achado" serão dadas pelos arqueólogos do Museu Nacional e pelo Iphan.
O prefeito Eduardo Paes prometeu ontem preservar as estruturas encontradas e criar um centro de visitação. "A ideia é fazer daquilo nossas ruínas romanas", declarou. Sobre o Cais da Imperatriz, Fajardo disse que a grande surpresa é a integridade do piso. "Havia grande expectativa de que fosse encontrado. É emocionante perceber como as cidades são feitas em cima de cidades", disse.
HÁLLYSON BRENNO: A palavra de ordem é preservar. Preservar o meio ambiente, preservar nosso lugar, preservar o nosso patrimônio histórico. O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes muito atento às mudanças globais e com o olhar no futuro, viu nas ruínas do centro do Rio , uma alternativa inteligente para suprir uma demanda cultural do RJ. Ele sabe que lá do alto do corcovado, o Cristo receberá o mundo em 2014 para a Copa e em 2016 para as olimpíadas. Paes, um bacharel em direito, influente político brasileiro e um desfrutador da cultura mundial, sabe o que tem que ter pra agradar.
O Brasil em breve sediará os maiores eventos do futebol mundial. Irá receber povos de todos os lugares, credos, etnias, religiões, enfim, precisará montar estrategicamente seu corredor cultural. Essas ruínas contam um pouco da História do Brasil e bem mais precisamente do Rio de Janeiro.
Por falar em preservar, e a praça Almino Afonso ?
Dia 10 de março saberemos qual empresa será contratada pela prefeitura de Martins para a reforma da praça Almino Afonso, mas sobre o projeto, quem sabe?
Fico preocupado com tal reforma, ou melhor, com a maneira que será conduzida essa reforma. A população não sabe de nada sobre essa obra e o que é pior, pode ficar sabendo só depois que for concluída.
Pra ir direto ao ponto diria que a praça Dr. Almino Afonso, inaugurada em 1929, em homenagem à Almino Álvares Afonso, abolicionista e republicano está prestes a ser reformada e ninguém sabe o que será alterado da praça. Temo que a praça seja desconfigurada do seu modelo clássico e perca seus elementos tradicionais que hoje servem de memória histórica da nossa cidade. Espero que esteja nos planos da prefeita preservar as árvores mais antigas que embelezam a praça e até parte da estrutura arquitetônica.
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