Na madrugada de 26 de abril de 1986, uma explosão no quarto reator da Central de Chernobyl, na antiga república soviética da Ucrânia, provocou o maior acidente nuclear da história, cujos efeitos ainda hoje são sentidos. 
          Segundo dados dos peritos, a explosão provocou fugas de radioatividade para a atmosfera equivalente a 100-500 bombas atômicas como a que foi lançada sobre Hiroshima. 
          Construída em 1976, era a maior central nuclear do mundo e, por isso, as autoridades comunistas deram-lhe o nome de Vladimir Lenine, fundador da União Soviética. 
          A maior das centrais nucleares passou a produzir energia para a construção do comunismo, anunciou a televisão soviética no dia da sua inauguração. 
          Dez anos depois, a explosão no quarto reator abalou irremediavelmente as bases do comunismo soviético, tendo dado um grande contributo para a desintegração da União Soviética em 1991. 
          A central, constituída por quatro reatores em funcionamento e dois em construção, não só produzia energia elétrica, mas também plutônio para uso militar. 
          Porém, o seu funcionamento apresentava graves problemas de segurança. Os reatores careciam de um sistema que impedisse a fuga de radioatividade em caso de acidente, ou seja, não eram protegidos por sarcófago. Além disso, tinha problemas na refrigeração e podia funcionar com os sistemas de segurança desativados.           A explosão poderá ter ocorrido devido a erro humano, durante a realização de um teste de segurança. 
          A nuvem lançada pela explosão do quarto reator atingiu a Bielorrússia e a Rússia, países da Escandinávia, da Europa Central e Reino Unido. 
          O número de vítimas é muito díspare, oscilando entre os 100 e 200 mil. Atualmente, a radiação continua a fazer sentir-se na Bielorrússia, Ucrânia e Rússia, onde há uma área de 200 mil quilômetros quadrados de terras contaminadas.
          O encerramento definitivo da Central de Chernobyl foi acordado entre os sete países mais industrializados do mundo (G7) e a Ucrânia, em 1995, tendo esta recebida compensações financeiras substanciais. 
          Depois de várias reuniões de países e organizações doadores, foi possível conseguir meios para dar início à construção do segundo sarcófago sobre o quarto reator, que permitirá evitar fugas radioativas nos próximos cem anos, bem como de contentores para guardar resíduos radioativos. 







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